Trabalho
Em meio a um discurso protagonizado por um sofista de renome, calmamente, um homem simples se aproxima e escuta por um breve momento. F:-Os homens deste local são instrumentos bem utilizados de manutenção do bem-viver coletivo, e, por isso, somos a única sociedade. O homem só é livre e sensato quando participa das relações de seu conjunto, -quando discute racionalmente seu destino-. Portanto, a política é o que nos diferencia dos bárbaros que vivem em nosso mundo. Cheios de ignorância, enxergam apenas o agora! entregam o futuro do próprio sangue a um único sangue hierárquico. Retorno a dizer que somos a única sociedade! Todo o homem participante das ações políticas é igual perante a lei. Portanto, é inviável que uma decisão seja tomada sem o consentimento de todos. Todos têm o mesmo poder de escolha, pois somos os constituintes da sociedade! Em um tom baixo, interrompe Sócrates:
S:- Por que há um debate de opiniões acerca do que se deve fazer?
F:- Ora, para serem decididas as melhores ações a serem tomadas!
S: - Qual é a finalidade dessas melhores ações?
F:- Obviamente, são a prosperidade e a ordem da cidade!
S: - Cidade? o que vem a ser a cidade?
F:- Claramente, tudo quanto vês, o conjunto e a criação de nós, constituintes do convívio, seres racionais!
S: - Tudo?
S: - Os homens, as mulheres, as crianças, os animais e até mesmo os escravos? F:- Sim.
Diz Sócrates chegando ao seu objetivo:
S- Já que todos são reconhecidos como membros da sociedade, logo têm o direito de optarem nas decisões, certo?
F:- Não, eles não são membros da sociedade, mas sim como a poeira é nas ruas, apenas um vestígio. Algo que está presente, mas não influencia por não ter tal capacidade. Estão presentes como consequência da nossa construção. Sócrates toma uma expressão mais séria ao falar:
S: - Como foram erguidas as moradias, os estabelecimentos e até mesmo esta ágora?
F- Com os projetos de nosso intelecto.
S: -Sim, mas