Trabalho

A sensibilidade é a via que possibilita ao ser humano o acesso aos detalhes sensíveis da existência e da realeza das coisas. Sensibilidade é sinônimo de sentir, perceber, fazer a leitura sutil, delicada, do que para outros escapa à percepção. – Não sentir é ignorar, é exercitar a rudeza.

A insensibilidade impossibilita o acesso ao outro. Bloqueia a criatividade, a arte e a imaginação. Não sentir é a negação da comunicação intersubjetiva, é fechar-se ao outro.

A sensibilidade associada à arte permite ao ser humano criar, traduzir, inovar, sentir, interpretar uma ideologia rica em simbolismo que permita com sensibilidade viver a vida, sem omitir o peso real das estruturas sociais. Trata-se de uma ideologia criativa e não entorpecente à consciência das pessoas.

A arte é uma forma de expressar a verdade. Na autonomia da arte está contido o forte imperativo categórico que determina que as coisas precisam mudar, não podem permanecer como estão, porque como estão não corroboram para o bem, a justiça, a verdade – o Direito.

O mundo da arte deve encontrar seu ponto de referência no mundo objetivo. Ao mesmo tempo, toda arte é transgressora dos padrões formais e objetivamente conhecidos. A arte permanece uma forma de resistência.

A sensibilidade, por fim, nos faz despertar para o conhecimento da realidade através de uma roupagem de significação, de transformação e de transcendência.

A arte é em si libertadora, consegue reinventar um princípio para conferir uma nova realidade libertadora onde esta está ausente.

A estética luta contra a anestesia e a arte desperta a sensibilidade de não negar a realidade das coisas, mas de reinventar um sentido real, histórico e existencial que seja capaz de resignificar os acontecimentos e a vida do homem. – Daí até cairmos na sensibilidade social, que é uma outra manifestação dessa capacidade humana de sentir as coisas.

Ante a rudeza e a hostilidade, temos a opção pela sensibilidade. O poder não quer a