Trabalho

Ideologia em Ação

A ideologia está em todos os lugares, mas há alguns espaços onde ela pode ser mais facilmente identificada e onde há liberdade suficiente para criticá-la.

- Histórias em Quadrinhos Os quadrinhos são produções culturais de massa. Eles possuem a função de entreter seus leitores, mas também podem ser usados como meio de transmissão de uma ideologia, de forma subliminar, criando assim certa ambigüidade: ao mesmo tempo em que servem à consciência, podem servir à alienação; tanto podem ser criativos como alienantes. Na década de 1970, os chilenos Ariel Dorfman e Armand Mattelart denunciaram a ideologia escondida nos quadrinhos, nos quais as histórias manipulam os conflitos, transmitem uma visão deformada do trabalho e levam a passividade política. Para eles, a maioria dos conflitos consiste na luta travada contra os “meus”, que perturbam a harmonia social e que são vencidos pelos “bons”, mostrando apenas um modelo de sociedade, como se todos os grupos sociais forrem um só e tivessem as mesmas opiniões. No entanto, a crítica aos quadrinhos e a outras manifestações de massa, como cinema, novelas e propagandas de televisão, não pode ser generalizada. Há produções que, mesmo sem perder a dimensão de divertimento, trazem uma visão crítica da sociedade e de nós mesmos. Um exemplo clássico é o da Mafalda, de Quino. Com humor – às vezes ácido e corrosivo – questiona os costumes, a política, o conformismo e os preconceitos.

- Publicidade e Mídia A mídia é uma conhecida difusora de ideologias. Através de suas propagadas, ao mesmo tempo em que divulga a variedade e a qualidade do que é produzido pelo mercado, se aproveita do consumismo para levar as pessoas a comprarem mais do que necessitam, pressionando-as com desejos artificialmente estimulados. Assim, não são vendidos apenas produtos, mas também idéias. A propaganda eleitoral também faz um marketing político que, de modo convincente, cria uma imagem falsa do candidato e de seus