trabalho
Por André Azevedo da Fonseca em 07/12/2004 na edição 306 O jornalista e escritor colombiano Gabriel García Márquez, prêmio Nobel de Literatura, disse certa vez que o jornalismo é a melhor profissão do mundo. Ele não deixa de ter razão. Repórteres são paparicados, respeitados e temidos. Circulam entre autoridades, intelectuais, celebridades – e também entre assassinos, ladrões e miseráveis. Antenas parabólicas ambulantes, interrogam os protagonistas da História e são os primeiros a ser avisados das decisões que vão transformar a sociedade. Por fim, suas reportagens e opiniões tornam-se referências para a discussão das grandes questões de seu tempo.
Sim, é uma grande profissão: mergulhar na realidade, observar, registrar e tornar público o que viu. A prática jornalística é uma das formas mais estimulantes de conhecer o mundo e de participar da sociedade.
Mas escolher esta profissão é sobretudo encarar uma grande responsabilidade: as pessoas precisam muito dos jornalistas. Em uma sociedade complexa, povoada por diversos grupos sociais espalhados pelo espaço, a circulação de informações corretas e relevantes é condição chave para promover o desenvolvimento humano. Para cumprir o seu papel com competência, o jornalista precisa saber identificar as falhas sociais com muita precisão. E é neste ponto que entra a questão da formação universitária.
Reflexão crítica
Para transformar a sociedade, é preciso, antes de tudo, aprender a ler o mundo para interpretar suas conexões e detectar as verdadeiras necessidades das pessoas. E isso não é tão simples quanto o senso comum parece sugerir. Primeiramente, é preciso perceber que os fatos nunca estão isolados. Eles se encadeiam em relações complexas e só são explicados na medida em que são contextualizados.
Mais do que apenas noticiar fatos, o jornalista deve ter uma inteligência aguçada para compreender a lógica social que rege os casos aparentemente isolados. Só assim alcançará