Trabalho e Medo

Trabalho e Medo
O medo constitui uma das dimensões da vivencia dos trabalhadores que foi quase sempre ignorada pelos estudos da psicopatologia do trabalho. O medo está presente em todos os tipos de ocupações profissionais, inclusive nas tarefas repetitivas e nos trabalhos de escritório.
Utilizando uma indústria química como exemplo, se encontra dois tipos de riscos: o risco exterior e na maioria das vezes inerente ao trabalho, independente da vontade do trabalhador. E o risco mais frequente, o risco coletivo, que na maioria das situações do trabalho onde os trabalhadores colaboram na mesma tarefa. Normalmente é proposto aos trabalhadores preventivos individuais, que podem ter caráter material (dispositivos de proteção) ou um caráter psicológico (regras de segurança).
O problema do medo no trabalho surge da oposição entre a natureza coletiva do risco que não é totalmente eliminado pela organização do trabalho e da natureza individual e psicológica dos trabalhadores na prevenção a cada instante de trabalho. Contra o medo, os trabalhadores criam defesas especificas. Quando elas são muito eficazes, não se encontram mais nenhum traço do medo no discurso do trabalhador. Assim para estuda-lo, é preciso procurar pelos sinais indiretos que são justamente estes sistemas defensivos.
Os sinais diretos do medo
Saúde física e condições de trabalho: estas são claramente apontadas pelos trabalhadores como uma fonte de perigo para o corpo. Em um discurso de um trabalhador em uma indústria química, a questão principal é a ansiedade, por causa de todo o sofrimento mental dos trabalhadores, normalmente nestas empresas, as placas, cartazes, sinais luminosos, alarmes, capacetes, mascaras, luvas, provocam mais atenção no que estão fazendo, e com isso também vem o medo.
O risco pode ser real, mas não quantificável, não tem como ver se uma empresa é mais perigosa que a outra.
Medo e tensão nervosa, ai falamos de ansiedade, de ficar com “os nervos a flor da pele”, mesmo quando não