Trabalho "A Moratória"

Trabalho “A Moratória”
Com base no que os teóricos e artistas discorreram e também com base na leitura da obra “A Moratória”, é possível dizer que uma das mais importantes características da obra são os conflitos interpessoais entre os personagens criados por Jorge Andrade. A história é, resumidamente, sobre uma família tradicional brasileira comerciante de café que perde toda a fortuna após a crise de 1929 e vai morar na cidade grande. Com isso em mente, é já possível prever que muitas relações e conflitos se criarão entre os personagens. Por ser uma peça teatral, as didascálias no texto ajudam o leitor a entender o cenário em que a história se passa. Existe o primeiro plano de um lado e o segundo de outro, um é da vida deles ainda na fazenda e o outro da família já na cidade. Estes dois planos algumas vezes se intercalam.
Por conta da drástica mudança de qualidade de vida dos personagens causada pela crise financeira, muitos conflitos são criados entre os personagens. Isso se resulta também por causa da troca de ambiente um tanto quanto drástica na vida da família que estava acostumados com muita mordomia e espaço na fazenda. Como Gianni Ratto já disse: “a nossa própria vida – a nossa modesta e amarga história de cada dia e de cada hora”. Este trecho se relaciona com os conflitos entre os personagens pois a história vivida pelos mesmos é amarga, pois não têm mais as mordomias, e modesta após a crise financeira. Ou seja, assim que a família muda o seu padrão de vida por um um mais humilde, os conflitos se criam entre os integrantes da família.
O exemplo destas brigas são muito presentes e explícitos nas cenas criadas por Jorge Andrade. Os personagens que mais brigam entre si são os pais da família: Joaquim e Helena. Mas os filhos também brigam bastante, inclusive com os pais, como nesta cena:
“JOAQUIM: Venha tomar o café.
LUCÍLIA: Agora não posso.
JOAQUIM: O café esfria.
LUCÍLIA: Meu serviço está