Trabalho Patrimonio Cante Alentejanoo

Introdução
A salvaguarda de certas práticas, consideradas (ou não) como tradições, que são específicas de uma região ou mesmo de um país, funcionam como marcadores identitários das pessoas que as praticam, tem vindo a ganhar novos contornos em todo o mundo.
Desde os anos 90, por influência de países do Extremo Oriente, a salvaguarda do património imaterial deixou de se focar tanto na missão de identificar e arquivar estas práticas e passou a ter que ver com dar importância à recolha e preservação de testemunhos.

Entende-se então que estas práticas, muitas vezes complexas e que não são exercidas por um vasto número de pessoas, possuem maiores hipóteses de serem preservadas se os ensinamentos forem passados de mestres a discípulos. Considera-se assim que a “garantia de transmissão” é uma componente essencial nas estratégias de salvaguarda das práticas culturais.
É da necessidade de proteger os bens culturais existentes ao longo do globo que, em 1997, é criada pela UNESCO a distinção de Património Imaterial da Humanidade. Passam assim a apresentar uma definição estrita os conceitos de “Património Imaterial da Humanidade”, de “Salvaguarda”, bem como o que estes incluem e os seus objetivos.
Quais serão as razões que puderam levar ao declínio e possível desaparecimento destas formas culturais? Encontra-se dois principais motivos para esta ocorrência, sendo o primeiro a decadência das comunidades rurais e o segundo o enfraquecimento dessas formas nos contextos, maioritariamente urbanos, em que estas comunidades se reinserem. O sentimento dos que ainda mantêm estas tradições passa a ser de desencorajamento da transmissão das mesmas, por ser difícil de o fazer a gerações mais novas e por serem consideradas desajustadas à era moderna. Observa-se, sucessivamente, a diminuição de aptidão das comunidades rurais urbanizadas para manter o que se pode classificar como singular das mesmas, na sua prática e na sua transmissão.
Com estas razões em mente, e passando agora para o