Trabalho Lourdinha Lol

1280 palavras 6 páginas
Texto de João Fragoso e Maria de Fátima Silva Gouvêa: Monarquia pluricontinental e repúblicas: algumas reflexões sobre a América lusanos séculos XVI–XVIII
(Tempo, v 14, n 27, PP 27ª50 2009)

O texto do historiador João Fragoso representante de uma geração que contesta a consagrada explicação de que o tráfico negreiro sustentou as relações comerciais e a acumulação primitiva da Coroa Portuguesa, cujo modelo do comércio triangular era tomado como clássico para explicar as relações pouco dinâmicas e unilaterais, entre a Metrópole e a Colônia.

Segundo João Fragoso et al estima-se que a população da América lusa tenha aumentado de 100.000 em 1600 para 1.500.000 habitantes em 1766. Portanto, em menos de dois séculos tal população cresceu cerca de 15 vezes. Para o tráfico de escravos, acredita-se que ao longo dos quinhentos chegaram à mesma América 29.275 africanos e no século seguinte 784.457 cativos; o crescimento fora de mais de 25 vezes. O conjunto de tais números sugere o aparecimento de uma verdadeira Babilônia, entendida como confusão, nesta parte do Atlântico Sul, pois, entre aqueles africanos, tinham pessoas das terras islamizadas do Senegâmbia, do reino do Daomé, das aldeias dos Ijós do delta Níger e das linhagens matrilineares de Angola. Em outras palavras, homens e mulheres de diferentes sociedades, culturas e idiomas.

A crítica encetada à uma geração de historiadores que tomavam os escravos como personagens marginais à história da América Portuguesa é baseada na ideia adotada por autores como Celso Furtado, Caio Prado, Fernando Novaes e cuja visão teleológica se assentava na ideia de explicar o funcionamento da economia colonial seiscentista como decorrente do que acontecia na Europa nos séculos seguintes, isto é, o desenvolvimento da acumulação primitiva e que permite a fundação do capitalismo fabril. Entretanto, para autores como Jacó Gorender e Ciro Flamarion Cardoso o contexto deveriam ser explicadas não pelo comércio ou pelo tráfico negreiro, mas

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