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Trabalho Final

O texto intitulado “Três casamentos e algumas reflexões: notas sobre conjugalidade envolvendo travestis que se prostituem”, de Larissa Pelúcio, tem como objeto de estudo três casais, que envolvem travesti/homem de classe media, travesti/travesti, travesti/homem de classe popular, e que tem em comum o fato da prostituição de um dos conjugues. As travestis são indivíduos que nasceram com o órgão genital masculino, mas que buscam introduzir em seus corpos símbolos do que é socialmente admitido como feminino, isto é, elas vão além de imprimir no corpo características físicas de uma mulher biológica, elas investem em toda uma educação corporal e moral próprias desse grupo. Em sua maioria, as travestis são pertencentes das camadas populares, e essa circunstância às tornam próximas de relações conjugais que tem fundamento em modelos hierárquicos de gênero, no qual a ideia de papeis sociais está marcadamente presente. Segundo Larissa (p. 524): "Nas relações conjugais envolvendo travestis está claro quem é a "mulher" e quem é o "homem", uma vez que dentro do sistema simbólico próprio das travestis "as relações com o mesmo sexo só podem ser entendidas/experimentadas se masculino e feminino estão presentes em um casal". Assim, o gênero transgride o sexo, impondo-se como construção/adequação ao que seria natural e por isso visto como o correto." Dessa forma, as travestis constroem suas relações presa à modelos heteronormativos e a uma visão hierárquica das relações de gênero, na qual reproduzem em suas relações conjugais papeis tradicionais conferidos à mulher/esposa, presumindo a mesma adequação desse padrão por seus parceiros. O desejo de serem aceitas pela sociedade, faz com que as travestis, como já dito anteriormente, usem como referência o padrão de conjugalidade dito normais, ou seja, relações monogâmicas, centradas na família, na qual a mulher/esposa se encarrega da administração do lar e dos cuidados com este, podendo até