trabalho de sociologia
O presente trabalho analisa a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto - MTST, como movimento social não institucionalizado que, em uma década, se constitui como movimento nacional atuante em vários estados brasileiros. Buscamos construir a história deste movimento, relacionando sua trajetória com o avanço da política neoliberal e a criminalização dos movimentos sociais no Brasil, destacando o fechamento das instâncias estatais, sobretudo o executivo, à negociação com tais movimentos. Breve histórico do MTST No Brasil, a história dos movimentos sociais nas últimas décadas, tem uma considerável diversidade e é bastante dinâmica. Inclui os movimentos na luta contra a ditadura, contra a carestia, no final dos anos 70; (Cardoso, 1984) os movimentos de bairro, que demandavam direitos sociais ligados à vida urbana, nos anos 80 (Sader, 1995); assim como, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra - MST, que enfrenta a questão rural, ao mesmo tempo em que a extrapola, propondo um projeto para o Brasil1, que ganha visibilidade nos anos 90. A esta história soma-se um movimento de 12 anos, que tem início, no período, reconhecido como de recuo dos movimentos sociais2, sobretudo nos anos 90 e primeira década do século XXI: o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto – MTST. Primeiramente, cabe salientar que o MTST, embora seja identificado como movimento por moradia, é um movimento social por transformações sociais profundas, que vão além das questões urbanas, como veremos adiante.
O embrião de sua construção ocorre no interior do MST, particularmente, durante a Marcha Popular Nacional de 1997, que passou por várias cidades, e cujo intuito era relacionar os problemas sociais vividos no campo e na cidade. No município de Campinas, no estado de São Paulo, militantes do MST,