trabalho de história
As primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo processo de criação da identidade nacional. Vivia-se um momento favorável, pois naquela época, existia uma preocupação dos intelectuais em descobrir o que seria brasileiro e uma necessidade de encontrar a unidade política e cultural da pátria. A compreensão do brasileiro, do nacional, retratar a nação por meio das suas manifestações culturais e dos acontecimentos envolvendo seu povo, vieram à tona com uma nova força. Neste contexto, temos no campo das artes a iniciativa que culminou com a “Semana de Arte Moderna”; jovens escritores passaram a investigar e a se preocupar com os fundamentos do homem, da família e da sociedade brasileira, como Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda; músicos como Pixinguinha, Donga, Patrício Teixeira, entre tantos outros, definiram a música que seria, a partir dos anos 30, o que no Brasil existe de mais brasileiro. Com a afirmação da identidade cultural estava se inventando o Brasil. Este processo coincidiu com a descoberta do interior do país, seus usos e costumes, conseqüentemente sua valorização no cenário nacional. Coincide também com a valorização da mestiçagem brasileira, cantada em verso e prosa. Tanto o desabrochar do samba como o da mestiçagem atenderam a projetos específicos de busca da identidade nacional. O Brasil dos literatos, dos cientistas sociais, dos músicos populares se afirma sob a imagem de um país de mistura. O resultado deste processo de afirmação da identidade nacional acabou por caracterizar o brasileiro por uma série de predicados a ele atribuídos , os quais seriam: mestiço ( como sinônimo de inferioridade), malandro, preguiçoso, cordial, tolerante, hospitaleiro, triste, sempre pronto a dar um “jeitinho” em tudo. Com isto, afirmam-se também os elementos da cultura popular brasileira: o samba, o carnaval, a mulata, a cachaça, a feijoada, etc.