Trabalho de economia
A rápida penetração das idéias socialistas, em especial entre os intelectuais e nos meios acadêmicos, estimulou o aparecimento quase simultâneo de trabalhos que apresentavam considerável grau de convergência, levados a cabo por pessoas diferentes, em lugares diferentes, e que trabalhavam independentemente umas das outras. Entre elas destacam-se William Stanley Jevons, na Inglaterra, Carl Menger, na Áustria, e Léon Walras, na Suíça. Nascia, nas pessoas desses três grandes nomes, o que se tornou conhecido como a Escola Marginalista em três ramificações: Escola de Cambridge, Escola Austríaca e Escola de Lausanne, respectivamente. Embora reconhecendo a existência de problemas sociais não resolvidos em mais de um século de predomínio das idéias clássicas na organização econômica dos principais países da Europa, os marginalistas discordavam dos socialistas em geral – e dos marxistas em particular – sobre a melhor forma de solucionar esses problemas. Tinham, no entanto, uma certeza: não deveria ser através da modificação da estrutura de produção capitalista, que consagrava os princípios liberais clássicos da propriedade privada, da livre iniciativa e da busca incessante do lucro. Uma primeira (e imediata) clivagem da teoria marginalista com as suas antecessoras foi a introdução do elemento subjetividade na análise. Com efeito, o marginalismo preconiza como ponto de partida para a análise econômica a análise das necessidades humanas e da forma como os indivíduos as procuram satisfazer. A utilidade, e particularmente a assunção de que a utilidade marginal é decrescente (ou seja, a utilidade adicional retirada de cada bem pelo seu consumidor vai diminuindo), assume-se assim como o elemento fundamental na medida do valor. Estava criada a denominada teoria do valor-utilidade, que rompeu com a teoria do valor-trabalho, base da análise socialista, segundo a qual o valor das coisas é medido pelo trabalho.
Palavras-chave: Subjetividade. Utilidade marginal