Trabalho alienado - Karl Marx
Karl Marx, em sua trajetória, elabora uma série de conceitos que colaboram para a elucidação de sua análise acerca do modo de produção capitalista e suas implicações. A alienação se manifesta de forma mais intensa na divisão do trabalho existente no modo de produção capitalista, caracterizado pela delegação de tarefas específicas a cada trabalhador, impossibilitando que enxergue os diferentes aspectos do processo produtivo. Neste sentido, na obra denominada “Manuscritos econômicos-filosóficos”e em “O Capital”, Marx discorre sobre o conceito de trabalho alienado a fim de expor suas consequências na vida cotidiana do operariado inserido nesta realidade social.
O autor, confrontando a economia política, fundamenta o conceito de trabalho alienado associando um conceito da economia (trabalho) com um conceito da filosofia (alienação). Desse modo, Marx descreve a alienação sobre quatro aspectos. O primeiro deles aborda a questão do estranhamento do trabalhador em relação ao produto de sua atividade, que pertence a outro. Segundo o autor, este estranhamento gera uma objetificação do trabalho humano, em que “o produto do trabalho humano é trabalho incorporado em um objeto e convertido em coisa física; esse produto é uma objetificação do trabalho. A execução do trabalho é simultaneamente sua objetificação.(MARX, 2004 pg 80). Desse modo, esta alienação gera uma desvalorização do mundo humano, em que:
O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. A desvalorização do mundo humano aumenta na razão direta do aumento de valor do mundo dos objetos. O trabalho não cria apenas objetos; ele também se produz a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e, deveras, na mesma proporção em que produz bens (MARX, 2004 pg 80).
Ou seja, o objeto produzido pelo trabalho se põe frente ao trabalhador como um objeto