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1320 palavras 6 páginas
O cometa Halley

Entre agosto de 1985 e agosto de 1986, uma legião de astrônomos profissionais e amadores acompanhou a passagem do cometa Halley – um dos mais esplêndidos espetáculos celestes – e tentou desvendar os seus segredos. Em março de 1986, nada menos que cinco sondas espaciais, lançadas entre dezembro de 1984 e agosto de 1985, fotografaram o cometa de perto. Milhares de pessoas viajaram para a cidadezinha de Alice Springs, no centro da Austrália, considerada ponto ideal de observação. E, mais excitados que todos os outros, os astrólogos previram acontecimentos importantes (geralmente catástrofes) associados à aparição do cometa, que poucas pessoas então vivas tinham presenciado em sua passagem anterior, em 1910. No Brasil, numerosos observatórios e dezenas de clubes de astronomia engajaram-se no projeto, em contato com a Coordenação Internacional de Observação do Cometa Halley, numa mobilização inédita de curiosidade, recursos e talentos em torno de um projeto internacional de observação astronômica. Por trás de todo esse interesse, que muitas vezes toca as raias do fascínio, se misturam coisas da magia e razões da ciência.

Coisas da magia

O fascínio que os cometas exercem decorre certamente de sua forma inusitada, de suas aparições rápidas e de suas prolongadas ausências. Um astro que arrasta atrás de si uma cauda luminosa, surge voando em direção ao Sol e desaparece do céu para tornar a aparecer anos mais tarde só poderia fascinar a mente humana. Não é de admirar ter sido a cauda a primeira parte do cometa a merecer atenção. O próprio nome cometa, que deriva do grego, quer dizer "estrela de cabelo", uma evidente associação com a cauda; e as palavras chinesa e japonesa para cometa significam "estrela de vassoura" – de novo a alusão à cauda. (Talvez seja essa origem, aliás, a responsável pela confusão que a certa altura se fez entre cauda e cabeleira, o invólucro do núcleo do cometa.) Assim também as ausências, mesmo curtas, causaram

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