Trab Natureza

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século XIX, a aristocracia agrária brasileira opôs as profissões liberais aos ofícios mecânicos numa hierarquia de valores politicamente bem definida. No horizonte cultural das elites letradas, o saber discursivo e normativo, jurídico ou científico, se elevava numa posição claramente superior à atividade técnica e às suas aplicações. Se por um lado essa oposição entre as "artes liberais", voltadas às faculdades do espírito e à inteligência, e as "artes mecânicas", dedicadas à ação prática e ao trabalho em geral, correspondia à triste realidade da sociedade escravista, por outro lado, isto não impediu que surgisse bastante cedo no Brasil a idéia de que as técnicas modernas derivadas da Revolução Industrial deveriam constituir um dos pilares do desenvolvimento econômico da nação independente. Desde os seus primórdios, a expansão cafeeira mostrou que a sua viabilidade dependeria de uma mão de obra barata e abundante e de um sistema de transporte massivo e eficaz. O primeiro decreto brasileiro autorizando a construção de uma estrada de ferro foi sancionado em 1835 pelo Regente Padre Feijó, dez anos após a inauguração da primeira ferrovia do mundo, na Inglaterra. Apesar de jamais ter sido concretizado, o decreto é indicativo do surgimento de uma equação político-econômica que tomaria corpo pouco mais de duas décadas depois, quando o café se tornou a principal atividade econômica do país. Para integrar o café aos novos circuitos do mercado internacional, foi preciso associá-lo ao aço, ao vapor e ao carvão.
A ocupação dos imensos espaços territoriais disponíveis para a expansão cafeeira representou uma das maiores intervenções humanas na história da paisagem natural do globo, e a sua realização agregou escravos, latifúndios e tecnologias industriais. Ao lado de uma incipiente maquinaria agrícola, a introdução de equipamentos eletromecânicos de comunicação e transporte (telégrafos e ferrovias) pela monocultura cafeeira foi decisiva para o surgimento da diversificação

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