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O Modernismo Brasileiro: contexto histórico

A sociedade brasileira passou, na década de 1920, por diversas transformações que serão cruciais para a compreensão do surgimento do movimento modernista no Brasil com suas características tão peculiares. O país passava por grandes mudanças estruturais, inclusive com a urbanização e a chegada de novas tecnologias (rádio, telefone, o automóvel e o cinema) que transformavam o ritmo de vida e o cenário das grandes cidades, fazendo-se necessárias então, para alguns autores, novas maneiras de comunicação poética.

A economia passava do modelo agroexportador para uma economia que se industrializava progressivamente. A expansão cafeeira começou a experimentar um enorme crescimento econômico e a riqueza gerada por essa situação transformou-se em investimentos em diversos setores da economia, principalmente o industrial. A formação de um operariado constituído em grande parte pela imigração estrangeira provocava nos principais centros urbanos, sob a ação das vanguardas operárias anarquistas, as primeiras agitações sociais.

No tocante a política brasileira percebe-se, neste momento, conflitos entre tendências políticas diversas e contradições no interior das elites agrárias dominantes e às insurreições desencadeadas pelos jovens oficiais contestadores, que combatiam o monopólio do poder dos partidos republicanos regionais e dos chefes políticos que recorriam à fraude eleitoral e às intervenções militares nos Estados a fim de controlar o regime conforme seus interesses.

As divergências no interior do bloco agrário dominante tiveram quase sempre suas raízes nas lutas em torno da sucessão presidencial. Essa sucessão para o cargo presidencial consistia em equilibrar os interesses, dos Estados de Minas Gerais e São Paulo, através das candidaturas alternadas de presidente e vice-presidente de ambos os Estados, a chamada política do café-com-leite, mecanismo de alternância no poder das elites civis paulistas e