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A revolução industrial constitui um divisor de águas na história econômica do Ocidente, dados seus impactos sobre o crescimento da produtividade. Desde meados do século XVIII observam-se sucessivas ondas de inovações obtidas por meio da introdução de máquinas e equipamentos, de novas formas de organização da produção e do desenvolvimento de novas fontes de materiais e energia. Para analisar o pensamento sobre o papel da inovação na competição e no funcionamento das empresas, é necessário conhecer o contexto histórico, técnico, econômico e institucional nos quais as diferentes teorias foram formuladas. As teorias não são elaboradas no vazio, referindo-se em maior ou menor grau a uma realidade empírica, representada pelo tipo de indústria, tecnologia e ambiente de negócios que caracteriza cada época. Entendemos que mesmo as teorias mais abstratas, apoiadas em métodos pretensamente mais científicos, estão indiretamente relacionadas a uma visão real ou idealizada do funcionamento da economia.
Este capítulo inicia nosso estudo sobre a economia da inovação abordando a gênese do pensamento econômico sobre a tecnologia. Utilizando uma metodologia comum aos demais capítulos da Parte I, que consiste em associar as teorias econômicas ao seu contexto histórico-institucional e às grandes ondas de inovações de suas épocas, mostraremos as principais transformações tecnológicas que ocorreram a partir do século XVIII até o papel da tecnologia na criação de riquezas.
Bases técnicas e institucionais da Revolução Industrial
Até meados do século XVIII, quando efetivamente se inicia a primeira revolução industrial, a agricultura era a principal atividade econômica em todo o mundo. As mercadorias eram feitas individualmente de forma artesanal e nenhum produto era exatamente igual ao outro. O conceito de fábrica ainda não existia, apesar de algumas corporações desenvolverem trabalho cooperativo, permitindo um processo de