Theos
Dos Sinóticos, Mateus foi o evangelho mais citado pelos primeiros escritores eclesiásticos e os Pais da Igreja. Isto se deu ao fato desse evangelho ser o que dedicou maior espaço aos ensinamentos de Jesus. A tradição cristã o considerou como o “Evangelho Eclesial”, isto é, aquele a partir do qual se elaborou a doutrina da Igreja, o novo povo de Deus, com o propósito de instruir o fiel acerca de Jesus Cristo.
Mateus é o evangelho mais valorizado em toda a tradição da Igreja e tem sido objeto de numerosos estudos e comentários. Orígenes, João Crisóstomo, Cirilo de Alexandria, Ilário de Poitiers, Jerônimo, Agostinho são alguns dos Pais que dedicaram esforços no estudo de Mateus.
O texto proposta pelo evangelista é atrativo. A composição didática do evangelho impressiona. Há, de certa maneira, um quadro da cristologia das comunidades primitivas. Graças às pesquisas estruturais é possível identificar a estrutura mateana. Cinco grandes unidades discursivas de Jesus escalonam o evangelho:
O sermão do monte 5,3-7,27 O apostolado cristão 10,5-42 O reino dos céus 13,3-52 A vida da comunidade cristã 18,3-35 O final dos tempos 24,4-25,46
Estas cinco unidades de discurso demonstram como Jesus vive com os seus discípulos sobre os quais vai construir a comunidade do Reino, e dá-lhes diretrizes para o tempo pós-Páscoa. As unidades são compostas com o objetivo de ajudar os crentes a aprendê-las de memória. Segundo J. Radermakers, os cinco grandes discursos de Jesus “distribui a doutrina do Mestre conforme os progressos da formação de sua comunidade. Trata-se de uma catequese. Esses discursos são um vademecum para os responsáveis de comunidades e para os catequistas que atuam em meios cristãos saídos do judaísmo”.
Como Marcos, o evangelho de Mateus contará, numa primeira parte, o anúncio que Jesus faz do Reino de Deus, através de seus ensinamentos e suas curas, com a preparação longínqua da Igreja; e, numa segunda parte, o