Texto

As luzes se abaixaram em quanto sua mão lentamente puxou a minha para cima me fazendo ficar de pé. A música ganhava volume – Eu não conhecia a melodia, mas isso não a impedia de ser impecável. A mesa de centro não estava no centro. Havia vestígios de comida oriental por toda ela. Eu dei alguns passos conduzidos até de baixo do lustre da sala.

Seu corpo estava mais perto agora do meu. Olhei em volta e vi a televisão no mudo. A janela mal trazia alguma luz. A luz do lustre sobre nós era muito fraca – O suficiente para tirar a nitidez de seu rosto, um pouco abaixo do meu. Ele cruzou os braços por trás de meu pescoço e eu segurei-o pela cintura num abraço caloroso. Seu corpo começou a se mexer conforme ele repousava o rosto em meu peito e ombro. Ele ia bem ao ritmo da música.

Eu sentia como se fosse chorar naquele momento, era tão quente. Tão intenso que eu podia sentir cada articulação de seu corpo perto das minhas. Nós estávamos dançando – E juntos. Ele não levantou a cabeça, apenas repousou com mais confiança depois da segunda volta. E foi então que senti água atravessar minha camiseta – Ele estava chorando. Não me atrevi perguntar por que, eu nunca o tinha visto chorar. Beijei o topo de sua cabeça e continuei dançando. Ele pararia quando quisesse parar.

O girei lentamente quando a música permitia tal coisa. Ele não pareceu não gostar, voltou para meus braços, dessa vez me envolvendo na altura do peito com seus braços, me senti melhor. Enrosquei os dedos das duas mãos em suas costas o envolvendo também. Eu sentia seu cheiro tão de perto e só parecia ficar melhor a cada movimento.

Ele tirou os braços de minha volta e subiu com as mãos passando pelo meu peito até chegar em meu rosto, foi direto até minha nuca e puxou meu rosto para baixo. Selou meus lábios num beijo calmo e ao mesmo tempo quente. Retribuí depois de um par de segundos. Lentamente nossos lábios se mexiam um com o outro enquanto nossos corpos paravam de dançar.

Meu peito explodiu em