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Este capítulo nos convida a ver as organizações como instrumentos de dominação. Ao longo de toda a história, as organizações tem sido associadas a processos de dominação nos quais indivíduos ougrupos encontram formas de impor suas vontades sobre as dos outros. Isto fica ainda mais evidente quando traçamos a evolução histórica da empresa moderna. Considere como exemplo a incrível proeza deorganização e planejamento exigidos para a construção da Grande Pirâmide em Gisé. Estima-se que sua construção foi erguida a partir de 2.300.000 blocos de pedra, cada um pesando mais de 2 toneladas. Quandoadmiramos este feito hoje, ficamos ainda mais maravilhados pela incrível engenhosidade e habilidade dos egípcios para realizar tal projeto, mas sobre outro ponto de vista, a pirâmide é uma metáfora daexploração humana, pois foi feita com o trabalho pesado de milhares de pessoas para servir e glorificar apenas uns poucos privilegiados.
Na visão de alguns teóricos, esta combinação de realização eexploração é uma característica forte das organizações através dos tempos. Tanto em construção de pirâmides, na condução de um exercito, de uma empresa multinacional ou de um negócio familiar, épossível encontrar relações de poder assimétricas que resultam na maioria trabalhando no interesse da minoria. Deste ponto de vista, a organização é compreendida de melhor forma como um processo dedominação.
Para o famoso sociólogo Max Weber, a dominação pode ocorrer de duas formas diferentes. Primeiro e mais evidente, a dominação através do poder, força e ameaça. Mas também ocorre sob formas maissutis: quando aquele que dita as regras pode impor a sua vontade sobre outros, sendo, ao mesmo tempo, percebido como tendo o direito de fazer isto. Este é o tipo de dominação que mais interessou Weber emuito da sua atenção foi devotada ao estudo do por que e como isto ocorre. Como resultado dos seus estudos, ele identificou três formas de dominação social que podem tornar-se formas legítimas