teste
He porque se parte a armada?
Ama - Olhade a mal estreada! (olhai)
Eu hei-de chorar por isso?
Moça – Por minh’alma, que cuidei
E que sempre imaginei
Que choraveis por noss’amo. (patrão)
Ama - Por qual demo ou por qual gamo (marido atraiçoado)
Ali ma ora chorarei?
Como me leixa saudosa! (deixa)
Toda eu fico amargurada!
Moça – Pois porque estais anojada? (desgostosa)
Dizem-m’o por vida vossa. (amor de Deus)
Ama – Leixa-me ora eramá, (deixa-me agora, com mil diabos)
Que dizem que não vai já.
Moça – Quem diz esse desconcerto?
Ama – Disserão-m’o por mui certo
Que he certo que fica ca.
O Concelos me faz isto. (João Vasconcelos)
S’elles já estão em Restello (praia do Restelo),
Como póde vir a pello? (ser isso?)
Melhor veja eu Jesu Christo.
Isso he quem porcos à menos. (‘‘ao medroso tudo lhe mete medo’’)
Ama – Certo he que bem pequenos
São meus desejos que fique.
Moça – A armada está muito a pique. (quase a largar)
Ama – Arreceio al de menos. (receio que ele não parta)
Andei na maora e nella (fartei-me de trabalhar)
A amassar e biscoutar (cozer biscoitos)
Para o demo o levar
À sua negra canela, (para a índia)
E agora dizem que não. (que já não parte)
Agasta-se-m’o coração,
Que quer sair de mim.
Moça – Eu irei saber se he assim.
Ama – Hajas a minha bênção.
Vai a Moça e fica a Ama dizendo:
O santo Antonio rogo eu
Que nunca m’o ca depare:
Não sinto quem não s’enfare (se aborreça)
D’hum diabo Zebedeu.
Dormirei, dormirei,
Boas novas acharei.
San João noo ermo estava,
E a passarinha cantava.
Deos me cumpra o que sonhei.
Cantando vem ella e leda.
Moça – Dae-me alvissaras, Senhora,
Já vai lá de foz em fóra.
Ama – Dou-yte huma touca de seda.
Moça – Ou quando elle vier,
Dae-me do que vos trouxer.
Ama – Ali muitieramá! (em má hora)
Agora há de tornar ca?
Que chegada e que prazer! (afirmação irónica)
Moça – Virtuosa está minha ama!
Do triste