Teste de Rorschach
O teste de Rorschach, como todos os testes projetivos, baseia-se na chamada hipótese projetiva. De acordo com essa hipótese, a pessoa a ser testada, ao procurar organizar uma informação ambígua (ou seja, sem um significado claro, como as pranchas do teste de Rorschach), projeta aspectos de sua própria personalidade. O intérprete (ou seja, o psicólogo que aplica o teste) teria assim a possibilidade de, trabalhando por assim dizer "de trás para frente", reconstruir os aspectos da personalidade que levaram às respostas dadas7 .
O teste compõe-se, como visto, de 10 pranchas diferentes, algumas com borrões coloridos, outras são pretas e brancas. O realizador do teste apresenta as pranchas, sempre na mesma ordem, à pessoa que está sendo testada com a pergunta: "o que poderia ser isto?". Apesar de as pranchas serem sempre apresentadas na mesma posição, a pessoa pode virá-las à vontade. E pode dar quantas respostas quiser.
O principal trabalho do realizador do teste é a codificação das respostas dadas: cada resposta deve ser classificada através de um complexo sistema de códigos, que reduz as várias respostas a algumas categorias básicas. Uma das principais diferenças entre os diversos sistemas do teste (ver acima "Introdução histórica") é exatamente a forma da codificação.
A hipótese projetiva baseia-se no conceito freudiano de projeção: um mecanismo de defesa, através do qual o indivíduo atribui de maneira inconsciente características negativas da própria personalidade a outras pessoas (projeção clássica). Apesar de a projeção clássica carecer de confirmação empírica e ser assim alvo de controvérsias, há ainda um outro caso de projeção que conta com uma relativa unanimidade entre os estudiosos: a projeção generalizada ou assimilativa. Esta é a tendência de determinadas características da personalidade, necessidades e experiências de vida de influenciar o indivíduo na interpretação de estímulos ambíguos. De acordo com os defensores do uso de