tesouros de meu pai

Meu pai, conhecido por “Tupi” ou “Tupizão”, era um típico homem do interior. Tímido, observador, esforçado, trabalhador e honesto. Meu pai nunca foi de demonstrar sentimentos de afeto aos filhos, talvez devido a sua criação, sua idade (77 anos) ou sei lá.

Meu pai guardava duas caixas com cadeado. Uma pequena, e uma maior. Após o enterro de seu corpo, meus irmãos e eu fomos até sua casa abrir as misteriosas caixas.

O que teria ali? O que era tão valioso, que não podia ser mostrado para todos? Qual era o segredo do meu pai? Quais eram OS TESOUROS DE MEU PAI ?

Pra surpresa nossa…

Na 1° caixa havia dois brinquedinhos que guarda desde criança, uma cabacinha e um mini-violãozinho, um miolo de relógio velho, e um pedaço de um terço. Lembranças de meu avô, que eu nem conheci.

Na 2° caixa havia, para a surpresa dos filhos, fotos. Uma foto minha de criança, de meus irmãos Vanderlei Tupim, Ricardo Tupim e das netas que ele viu nascer e crescer em sua casa, Fernanda Eliziario e a Bela, filhas do meu irmão mais velho Fernando Tupim. Havia alguns documentos e exames. Do tempo do “pré” trabalhos de escola do Dia dos Pais.

Com isso, meu pai deixou uma grande lição que levaremos para o resto das nossas vidas e que vamos contar para nossos filhos e netos. E quais são? Cito três:

1ª) O legado de honestidade e compromisso com a geração passada e futura:

Lembram do miolo de relógio velho? Esse relógio, disse meu irmão, era aqueles relógios de bolso com aquelas correntinhas que se usavam antigamente. Um relógio valioso, todo de ouro maciço e que em um momento de necessidade ele vendeu todas as partes de ouro do relógio para trazer o sustento para a família, sobrando apenas o miolo.

Ele não se desfez do miolo por quê? O relógio, era herança do meu avô! Por isso, fez questão de guardar o miolo do relógio. Como se pudesse mandar o seguinte recado: “Eu vendi o que é importante para os outros, mas o que para mim não tem preço,