Teseu e o MInoutaro

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Apontamentos sobre o mito

O mito do Minotauro funciona em uma lógica de jogos de espelhos e reflexos. Junito de Souza Brandão escreve, no primeiro volume de Mitologia Grega,

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sobre o simbolismo das estruturas presentes no mito do Minotauro: em termos religiosos cretenses, o Labirinto seria o útero; Teseu, o feto; o fio de Ariadne, o cordão umbilical, que permite a saída para a luz (BRANDÃO, 2001).
E anota também sobre o Touro:

Os sacrifícios sangrentos de bois, cabras, ovelhas e porcos se faziam ao ar livre. O
Touro possuía uma peculiaridade: normalmente era sacrificado apenas em efígie, mercê de sua alta sacralidade. Num sarcófago dos séculos ~ XIII-XII, exumado em
Háguia Tríada, vê-se um Touro preso a uma mesa, enquanto seu sangue escorre num vaso (BRANDÃO, 2001, p. 56).

Como todos os mitos que derivam de uma tradição oral, passando de geração para geração através de narrativas imprecisas e fragmentárias, o que conhecemos do mito do Minotauro são interpretações, traduções de fragmentos através dos quais, juntando conhecimento acerca da religião, cultura e organização social da época, costura-se uma narrativa completa e coerente.
Partimos desse lugar.
Junito Brandão, nas poucas menções ao Minotauro, o trata como uma fera monstruosa em primeira abordagem; em seguida aborda a interpretação psicológica do mito, na qual o Labirinto é o inconsciente tortuoso de Minos e o

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Minotauro é a perversão, junto com Pasífae, que se encontra nas raízes da perversão. Em um breve resumo, o mito conta como Minos chega ao poder em Creta e como perde sua hegemonia sobre Atenas. Minos e seus dois irmãos disputam o trono de Creta, e Minos afirma que Creta lhe pertence por vontade dos deuses e que estes concederiam qualquer coisa que ele pedisse. Um dia sacrificando a
Posêidon, Minos solicita que o deus faça surgir um Touro do mar, e que esse
Touro seria sacrificado ao deus.

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