Terror

Era uma manha de outono, acordei, mas não abri os olhos esperando que isso adiasse a hora de levantar e ir a escola, mas o segundo bipe do despertador me alertava que já passava da hora. Levantei, mesmo meu corpo querendo ser ágil meus pensamentos ainda estavam como nos sonhos, ainda vendo vultos, principalmente quando achei ter visto um homem lá fora embaixo de uma arvore, que sofria os efeitos dessa época do ano e estava quase sem folhas. O banho foi três passadas rápidas por baixo do chuveiro e o café da manha uma rápida vitamina. A bicicleta estava na garagem e saindo dela senti o ar seco do outono que antecede o inverno. A tentativa de o sol nascer em um dia seco depositava um ar melancólico e sombrio nas pessoas que em suas atividades cotidianas pareciam não gostar mais de cumprimentar com sorrisos e sim com olhos semi -serrados. A medida que ia andando, as rodas agitavam as folhas alaranjadas e secas marcando o caminho por onde passava.
A escola Mackenzie é estruturalmente grande e uma escola referência da região apesar do incidente com alguns alunos, que há um ano ainda é motivo de silêncio nos corredores do prédio. Fui ao bicicletário e encontrei Bred colocando a corrente da bike junto a grade, éramos amigos desde o jardim. Nos corredores encontramos Mary, que faz parte do nosso circulo social desde o primeiro ano do fundamental e que era uma das garotas mais legais que conhecíamos. Havíamos tido um dia de provas e pesquisas, logo, estávamos cansados psicologicamente, as aulas de história do professor Flick, um míope qualquer, se tornaram monótonas principalmente depois dele ter passado por uma experiência traumática ao ver os corpos dos estudantes do terceiro ano, em um seleiro perto de uma casa no lago a uns duzentos metros seguindo reto uma rua depois da escola. Ele nos liberou mais cedo para a aula de física e saiu rapidamente da sala. Mary não compareceu a aula de física e depois do toque, fomos ao bicicletario e vimos o laço que prendia seu