Teresa e mariana: a dualidade romântica em "amor de perdição" de camilo castelo branco
Em “Amor de Perdição” de Camilo Castelo Branco, Simão Botelho, jovem rebelde, apaixona-se perdidamente por Teresa de Albuquerque. Este amor modifica-lhe o temperamento transformando-o em um homem melhor e surpreendendo todos que o rodeiam, inclusive sua própria mãe. A história se desenvolve como um triângulo amoroso, em que Simão e Teresa veêm seu amor impossível, por causa da rivalidade de suas famílias, e Mariana sofre por não ter o seu amor correspondido de Simão que a vê fraternalmente.
Introdução
Neste trabalho, visamos analisar as figuras femininas de Mariana e Teresa; a primeira considerada ultra-romântica, pois sofre em silêncio, e a outra heroína romântica, pois desafia todos, até seu próprio pai na tentativa de tornar real seu amor impossível. Baseamo-nos fielmente na obra de Camilo, nos estudos românticos e em Massaud Moisés. Dividido em três partes que contemplam: um apanhado histórico-local do Romantismo, a análise e conjecturas sobre a figura feminina de Mariana e a última que contempla a figura feminina de Teresa. Não optamos por fazer recortes textuais na obra, mas sim analisá-la como um todo e a partir daí, fundamentar nossa opinião.
ROMANTISMO
O movimento romântico teve sua base fundadora na Europa, inclusive, uma importância maior que qualquer outro movimento de ordem semelhante, pois consolidou-se não só como uma revolução literária, mas como uma nova forma de ver o mundo. Um dos diferenciais que dá ao romantismo uma certa relevância em comparação a outros movimentos estéticos é a maneira como este muitas vezes abarca temas e tendências contraditórias e contrastantes. (MOISÉS, 1994, p.116).
No contexto português, o romantismo foi introduzido por João Batista de Almeida Garrett, que se exila na Inglaterra e de lá, ao entrar em contato com representantes do movimento, cria o poema Camões, que marca o início do movimento romântico em Portugal.