Teorias da Verdade

Com referência às teorias da verdade, em “Questões ùltimas da vida: uma introdução à filosofia”, Ronald Nash cita três delas: a teoria da verdade por correspondência, por coerência e por pragmatismo. A teoria correspondencial da verdade pode ser definida pelo seguinte exemplo: se um indivíduo diz que “O livro está sobre a mesa”, a veracidade da proposição pode ser confirmada verificando que o livro está, de fato sobre a mesa. No caso, a proposição corresponde à realidade, e é verdadeira. Porém, em alguns casos, a verificação pode ser difícil de ser aplicada. Suponha que uma seguradora, para a liberação de um seguro de vida à uma viúva, precise comprovar a morte de seu marido, vítima de um acidente de avião, no qual a aeronave caiu no oceano. É difícil encontrar o corpo da vítima para confirmar a veracidade da informação.
Suponha agora que a seguradora realize um trabalho investigativo e descubra que a suposta viúva tem recebido ligações a cobrar de uma ilha isolada e enviado cheques para este local. A empresa usaria da teoria da coerência, que diz que a veracidade da proposição é dada em termos de quão coerente ela é em relação às informações à nossa disposição, ou seja, havendo fatos que são coerentes com a crença de que o marido está vivo, a proposição “O homem está morto” passa a ser falsa.
Tratando-se da teoria pragmática da verdade, uma proposição é verdadeira se houver vantagem prática em sustentá-la. Nash, sobre o tema, fala em “funcionalidade da crença”. Esta teoria, porém, é contra-intuitiva, a partir do momento em que a adoção uma crença falsa é vantajosa, como “Possuo um milhão de reais em minha conta no banco”. A teoria é também relativista, uma crença que é vantajosa para alguns, pode não ser para outros.