Teoria Pratica E Reflexao Suraya Darido
V SIMPÓSIO PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
TEORIA, PRÁTICA E REFLEXÃO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
EM EDUCAÇÃO FÍSICA*
Suraya Cristina Darido1
Não foram poucos os trabalhos que procuraram nestas duas últimas décadas discutir questões relacionadas à formação do profissional na área da Educação Física
Escolar. Os mais clássicos, só para citar alguns são:
MEDINA (1983), COSTA (1985), CARMO (1985),
MOREIRA (1991) e DAÓLIO (1993). De uma maneira geral, os resultados destes estudos são bem pouco animadores, e concluíram que a formação do profissional de Educação Física se dá de maneira acrítica, que existe uma ênfase na formação esportivista ligada ao rendimento máximo, seleção dos mais habilidosos, e que os profissionais são formados na perspectiva do saber fazer para ensinar.
Na tentativa de escapar deste modelo, a partir de meados da década de 80 algumas instituições de ensino superior implementaram novas propostas curriculares procurando formar o aluno numa perspectiva mais ampla.
Assim, a formação profissional em Educação
Física voltou-se da prática das modalidades esportivas para teoria. Na verdade o que houve foi uma valorização do conhecimento científico derivado das ciências mães como base para as tomadas de decisão do profissional.
Uma comprovação da importância que passou a exercer este corpo teórico na área da Educação Física nos é dada pelo trabalho de EDWARDS (apud LAWSON,
1990). Este autor verificou, analisando os currículos de
240 cursos de Educação Física nos EUA, que houve um decréscimo de 50% de disciplinas voltadas para a prática e um aumento de 500% no número das disciplinas de cunho teórico-científico.
A esta proposta chamaremos de "Curriculum científico" e a que privilegia a formação profissional a partir da experiência, especialmente a esportiva, chamaremos de "Curriculum tradicional".
Esta visão, de que as tomadas de decisão devem ter por base o conhecimento científico, de acordo com
PEREZ GOMEZ (1992) é adotada também fora da área da motricidade