Teoria de cozinha

O ritual das refeições é muito rico, envolvendo vários fatores, desde a reunião social ou familiar à celebração - quando celebramos um casamento, um batizado ou uma data importante fazemo-lo sempre à mesa. Assim, o papel da comida está longe de se limitar a mero “combustível” para manter o nosso corpo nutrido e a funcionar adequadamente. Na verdade, o ato de comer está associado ao prazer, à textura dos alimentos, ao seu aspeto, desde a cor, às formas variadas, ao borbulhar da comida a ferver, ao cheiro do pão ou de um bolo acabado de sair do forno. Estes detalhes são irresistíveis e, por vezes, reportam-nos para memórias longínquas, de pessoas, de outros tempos e outros lugares. A comida está intimamente associada às memórias, fica gravada nas nossas mentes! Quantas vezes, ao recordarmos um cheiro, um prato ou um simples bolo, nos lembramos da nossa avó, ou daquela tia que fazia um bolo de laranja fantástico, ou da comida da nossa mãe, que é sempre a mais saborosa.
Os investigadores da Universidade de Leeds elaboraram um estudo, no qual concluíram que durante o primeiro segundo em que se trinca uma comida estaladiça, são gerados sons que são analisados pelo ouvido e pela boca. É como se a comida falasse connosco e nos dissesse qual a textura do alimento. Esta investigação comprova que o som e a textura da comida são tão importantes como o sabor, a aparência e o cheiro, para determinar se gostamos ou não.
“Ter mais olhos do que barriga”... A visão é o primeiro sentido a aceitar mentalmente uma comida. Os olhos permitem-nos saborear a comida à distância, estimulando os outros sentidos através da imaginação. As cores e a forma como a comida se encontra disposta no prato são determinantes para saborear melhor os alimentos, independentemente do seu sabor. Por isso, é que, principalmente os mais pequenos, mas não só, afirmam muitas vezes não gostar de um determinado alimento, sem nunca o terem comido.
O tato permite-nos sentir “fisicamente”