TENHO ANDADO SEM TEMPO PARA A INFELICIDADE
Tudo bem, eu não sou hipócrita de dizer que sou cem por cento feliz e satisfeito com tudo, ninguém é. Mas eu tento, e tento tanto que qualquer pessoa é incapaz de perceber as minhas fragilidades quando ficam em evidência. E ó, para ser assim tem que ter talento, viu? Mas eu garanto que todo mundo, se quiser, consegue.
A verdade é que eu já estive dentro do quarto escuro da vida, onde o breu carregado de decepções me abraçava e a solidão ria ironicamente no pé do meu ouvido. Eu já me doei para pessoas que em troca, só me fizeram sentir arrependimento; já dei valor a quem nada valia, já esperei por abraços que nunca vieram, por apoios que nunca existiram e também por olhares que nunca se cruzaram com os meus.
Sim, eu já dediquei meu tempo para amenizar as dores daqueles que na primeira oportunidade, jogaram areia nas minhas feridas. Já senti a poeira de uma porta batida com força na minha cara sujar o meu rosto, e até eu mesmo já o sujei algumas várias vezes com umas lágrimas encardidas, lágrimas que saíam de dentro da minha alma espremida pelas mãos da vida que nem sempre é tão bela assim.
Preciso-te dizer que por muito tempo desejei ouvir um “ó, se preocupa não, eu estou aqui e vou ficar até essa tempestade passar.” de qualquer pessoa que fosse, até que, quando cheguei à beira do abismo da minha dependência alheia, eu decidi por um ponto final nesse caos todo. Cansei de criar expectativas hipérboles em cima de pessoas que sempre foram poucas demais. Aprendi da maneira mais difícil que quando esperamos demais das pessoas, acabamos esquecendo que só quem pode dar o que nós precisamos de verdade, somos nós mesmos. Parece clichê e é. Porque o