Tecnologia esportiva
O super atleta
Quando o americano Tom Burke calçou um par de sapatilhas com pregos nas solas e se acocorou para a largada na corrida dos 400 metros nas primeiras Olimpíadas da era moderna, 1896, em Atenas, Grécia, seus adversários, que estava em pé, olharam desconfiados. Mas Burke levou o ouro e sua postura e sapatilhas viraram regra. Era inegável que elas garantiam maior impulso na largada e estabilidade no resto da prova. Pode se dizer que o americano inventou a tecnologia esportiva, que desde então vem assumindo cada vez mais importância. No centro dos principais avanços dos últimos tempos está a informática. Ela se aliou a medicina e a biomecânica para programar o treinamento do atleta. Acompanhar o seu estado físico e desenvolver equipamentos que, de tão perfeitos, parecem extensões do seu corpo. Por mais que pareça absurdo, sob a ótica da alta tecnologia ainda se está longe dos limites para os recordes olímpicos. Essa certeza injeta muito dinheiro na área esportiva. Só nos E.U.A, o setor movimentou no ano passado 50 bilhões de dólares. Como parte considerável desses recursos é canalizada para novas pesquisas, o que se pode concluir é que as emoções da olimpíadas estarão garantidas por mais um bom tempo
Em busca de ganhos mínimos
Foi-se a época em que o treinador só cuidava de exercício físico. O treinador de hoje precisa ajudar o atleta a equilibrar preparo muscular, metabólico e psicológico. Isso porque ele está atrás de ganhos mínimos. Ns Olimpíadas de Atenas em 2004, a diferença em média do ouro para a prata nas modalidades de tempo foi inferior a 1,8 décimos de segundo. Além disso, a alta competitividade muda o perfil físico dos esportistas. A chance de se encontrar na população uma moça com a altura média da seleção brasileira de vôlei (1,86 metros) é de 0,004%. Dificilmente uma jogadora de 1980 (1,70 metros, em média) conseguiria uma vaga nos jogos de 2004.