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Em consulta me pedem uma ou duas regras de relações humanas que funcionem (meio que) universalmente.
A imagem que surge em minha imaginação é de numerosas personalidades flutuando ao meu redor, e eu em busca desse poder de síntese. Gostaria de estar perto dessa otimização. Por enquanto, arrisco sugerir duas regras de indiscutível utilidade:
1. Não tomar qualquer questão como pessoal;
2. Flexibilidade.
Em Fronteiras da Inteligência, Bonder cita o Rabi Bunem (pág. 179):
“(…) ‘Quem tem muito estudo se torna descrente e herético; quem se entrega ao amor se torna leviano e lascivo; quem é disciplinado se torna egoísta e rígido. Então, se o estudo, o amor e a disciplina levam a esses resultados, o que caracteriza uma pessoa boa?’ (…) ‘As três coisas de uma só vez!’”
Portanto, considerado o desconhecimento das instâncias da pessoa – suas condições físicas, mentais e emocionais – levar como pessoal a questão, rebuscando sua história e o porquê de suas considerações, seria um desperdício de energia. Um simples encontro gerando uma perturbação mental com montanhas de argumentos a rebater. Assim parcelas de nossa mente podem ficar aprisionadas, enfraquecendo-nos, divididas entre o agora e a pendência a resolver.
Nos jogos de poder – que encontramos a cada instante nos relacionamentos – é necessário utilizar a flexibilidade, uma capacidade admirável que reune em si precisão, equilíbrio e rapidez. Arte que possibilita, inclusive, esquivar-nos polidamente, para nos manter próximos à intenção principal.
As dissonâncias e mal-entendidos gerados, seja para distrair, ganhar tempo ou motivos outros, em forma de desafios, nos distanciam de nossas metas, de nossas próprias diretrizes, caso os aceitemos indiscriminadamente.
Motivo forte para flexibilizar e não aceitar provocações.
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