tcap

A intervenção da pratica fenomenológica no tratamento do TCAP Introdução: Numa sociedade em que se privilegia o consumo e a imagem, nota-se um movimento crescente em torno do “ter”, muitas vezes em detrimento de um “ser”, onde a importância maior incide sobre o que as pessoas possuem, e não sobre o que elas são ou representam ser. Erich Fromm (1980), em seu clássico Ter ou Ser já analisa o que aponta como o “fracasso da grande promessa”, referindo-se à ideia de um progresso ilimitado, que abrange o domínio da natureza e a abundância material como o que levaria à felicidade completa. A vista disso optamos por desenvolver o tema TCAP (Transtorno de compulsão alimentar periódica), é um diagnóstico, ainda que pouco explicitado, aplicado a casos em que ocorrem episódios recorrentes de ingestão descomedido de alimentos. O entusiasmo se deu em saber quão corriqueiro é esse transtorno em nossa sociedade que se faz tão presente, e que, muitas vezes, acaba sendo confundido com a obesidade. A maioria dos pacientes com TCAP tem longa história de repetidas tentativas de fazer dieta e sentem-se desesperados com sua dificuldade de controle da ingestão de alimentos; por isso grande parte dos pacientes obesos apresentam o transtorno alimentar, e acabam sendo inseridos numa categoria que tendem a ter mais depressão, mais transtornos de personalidade, mais problemas biológicos e, por isso, acabam necessitando de uma atenção maior. O alimento para essas pessoas tem uma importância maior do que para as outras pessoas, pois criam lanços afetivos que são depositados na comida. Como partimos do princípio que as pessoas estabelecem relações com o mundo de modos diversos, a comida representa igualmente uma experiência mundana. Usando a relação com o alimento como metáfora, trata-se de não mais lidar com os aspectos formais da alimentação (controle, regulação, etc.) apenas, mas lidar com suas relações mais amplas com o mundo e a vida; trabalhar com seus