Síntese de "os donos do poder" de raymundo faoro

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SEMINÁRIO: “OS DONOS DO PODER” DE RAYMUNDO FAORO.

Em Os donos do poder, Raymundo Faoro(1) instiga o leitor a uma odisséia de conhecimento sobre um universo de forças que passaram a distinguir o Brasil com algumas de suas mais arraigadas características políticas atuais. A leitura da obra de Faoro desvenda a origem não apenas dos conceitos geralmente utilizados para analisar a sociedade e a política brasileiras, como também uma visão menos restrita sobre os acontecimentos, suas causas e consequências. O estilo da narrativa do autor demonstra ao mesmo tempo um conhecimento histórico profundo, bem como um talento imaginativo para tirar conclusões sobre os fatos investigados.
Na abertura da obra o autor narra a formação do Estado português, nos séculos XIV e XV, Faoro determina a forma como procede ao retrocesso para entender o processo histórico. Utilizando conceitos da sociologia e da ciência política de Max Weber principalmente, o autor tentará integrar e interligar os eventos passados de forma cronológica e tradicional buscando uma condição que os defina. Para tanto, Faoro toma como marco inicial as guerras de reconquista e de ordenação do reino português, e a expansão do Império Ultramarino ibérico (grandes navegações), para elaborar a base de seu estudo do Estado patrimonial, muito precocemente constituído em Portugal. Tal situação inviabilizou o desenvolvimento de uma classe feudal independente, pois trouxe para o interior do Estado a direção da economia, retirando a autonomia política dos senhores feudais (barões proprietários de terras). A partir dessa informação, o autor desenvolve uma tese de que os reis portugueses governaram o reino como a própria casa, não fazendo distinção entre o tesouro real e o patrimônio público. O poder dos governantes portugueses então se alicerçava no patrimônio e em torno deste dependiam ele próprio, seus súditos e os interesses públicos da nação.
O Estado Patrimonial