Séverieade

336 palavras 2 páginas
Universidade Potiguar
Disciplina: Psicologia Ambiental

Sévarieade, apesar de ser considerada a cidade mais bela do mundo, parece não ter alma, não ter sentimento. Ela foi caracterizada pela manutenção da lei e da ordem. Parece uma cidade projetada para impressionar pela regularidade de sua arquitetura, onde tudo possui uma função e o que não for considerado perfeito não tem espaço. Em ‘A alma encantadora das ruas’, o autor João do Rio diz que as ruas possuem almas, oferece apoio para todas as classes sociais e é um fator de vida das cidades.
Oh! sim, as ruas têm alma! Há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas sinistras, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras, infames, ruas sem história, ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira, ruas guerreiras, revoltosas, medrosas, spleenéticas, snobs, ruas aristocráticas, ruas amorosas, ruas covardes, que ficam sem pinga de sangue...

A impressão é que em Sévariedade tudo é robotizado, como se a cidade fosse construída apenas para ser admirada, e não para quem vive nela. As pessoas parecem não ter liberdade ou vida social. As ruas são largas e retas, todas dando em praças espaçosas no meio das quais há chafarizes e edifícios públicos também de tamanho e desenho uniformes. Mas, fica a pergunta: para quem? Quem usufrui desses espaços projetados para pessoas perfeitas?
Um dos fatores que pode ter influenciado a construção dessa cidade tão cheia de perfeição foi o fenômeno da globalização. O que para muitos é motivo de aprovação, para outros, as causas e conseqüências sociais desse processo, assusta e exclui. Uma vez que não há nada de caótico na cidade, o processo de exclusão social existe predominantemente. Doentes mentais, deficientes e criminosos foram expulsos da sociedade local.
Assim a visão da cidade perfeita implica em uma total rejeição da história.

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