Sociologia

2 – Apesar de terem uma concepção da persistência dos traços do Brasil na época de colônia, ambos se diferenciam acerca da formação do Brasil desde os tempos em que éramos colônia. Enquanto Sergio Buarque, não se idealiza num passado colonial mas sim na transformação que acontecia no Brasil, queixando-se intensamente da má vontade dos portugueses que deixaram o Brasil colonial mergulhando durante três décadas numa ignorância estratégica, ou seja, a exploração dos recursos brasileiros era a única pretensão dos colonos. E ao mesmo tempo, Sergio compara essa situação à colônias da América Latina, onde o “ladrilhador espanhol” não só explorou as riquezas, mas também construiu e desenvolveu as cidades as quais passaram. Nesse contexto, o autor busca explicar o modo de ser brasileiro através de um processo histórico da formação da sociedade brasileira, e explica o conceito da cordialidade. Defendia o comospolitismo como modelo de sociedade urbana e industrial para romper com o passado colonial. Em contrapartida, Caio Prado Jr busca explicar a colonização como um fenômeno que não ocorreu de forma isolada e casual, mas sim como parte de um processo de um desenvolvimento do comércio europeu e da expansão marítima, e nesse raciocínio para esse autor, a sociedade brasileira está profundamente marcada pela escravidão (Brasil foi o último país a abolir a escravidão), e aos interesses externos. Na sua avaliação, fatores como a má organização portuguesa e a má administração e inerte da população portuguesa, teriam gerado na sociedade uma ausência de nexo moral e uma fragilidade nos vínculos humanos refletidos como exemplo na indisciplina sexual, tendo em toda a sua obra, diversas críticas ao espírito mercantil e miserável da sociedade portuguesa colonial. Defendia a necessidade de transformação revolucionária para derrubar os padrões colônias e imperialistas e garantir a emancipação nacional.