Sociologia

5077 palavras 21 páginas
Discutir a juventude na contemporaneidade leva-nos a tomar duas precauções importantes: entender que a noção de juventude é uma construção social e cultural e, além disso, bastante diversificada; e compreender que a noção de juventude não pode ser definida isoladamente, mas a partir de suas múltiplas relações e contextos sociais. Nesse sentido, pensar a ideia de juventude é pensar sobre condições de gênero, raça, classe social, moradia e pertencimento religioso. E, o principal, contextualizá-la historicamente, como integrante de uma geração específica que se relaciona com outras gerações. Por isso, como já tem sido bastante reiterado pelos especialistas, não é possível falar no jovem atual, mas nos diferentes modos de vivenciar a juventude na contemporaneidade.

“A ‘juventude’ é apenas uma palavra”, afirma Bourdieu, ao abordar a noção de juventude. Para ele, as divisões entre as idades seriam arbitrárias: “Somos sempre o jovem ou o velho de alguém”. Sendo assim, os cortes, em classes de idade ou em gerações, teriam uma variação interna e seriam objeto de manipulação. Portanto, juventude e velhice não seriam dados, mas construções sociais oriundas da luta entre os jovens e os velhos. Dessa maneira, as relações entre idade biológica e social seriam muito complexas. Pode-se apreender, portanto, que tal noção configuraria um elemento que faz sentindo somente no contraste entre os mais novos e os mais velhos.

Entretanto, para outros autores estudiosos da juventude e de suas práticas, seria mais que uma palavra. Em texto cujo título já apresenta um contraponto a Bourdieu – “A juventude é mais que uma palavra” –, Mario Margulis e Marcelo Urresti propõem a superação de considerações sobre a juventude como mera categorização por idade, com características uniformes: “A condição histórico-cultural de juventude não se oferece de igual forma para todos os integrantes da categoria estatística jovem” (tradução minha). Para eles, a discussão feita por Bourdieu leva à

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