Sociologia

DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. Tradução de Lourenço Filho, São Paulo: Melhoramentos, 1978.

Resumo

Em sua obra clássica Educação e Sociologia, o pensador francês Émile Durkheim promove um exame minucioso, a partir da observação histórica, das principais concepções de educação que vigoraram ao longo do tempo. A consideração de diferentes épocas e de seus respectivos modos de educar demonstraram que a educação sempre esteve ancorada às demandas sociais.
O inventário das diversas noções de educação contribuiu não só para que o autor pudesse elaborar a própria concepção de educação, como o levou a constatar que as diferentes maneiras de educar foram impostas socialmente aos indivíduos, desde a Antiguidade até a Idade Moderna, época em que realizara tal estudo. A assertiva de que os indivíduos nada podem fazer sobre o tipo regulador de educação é forte em seu pensamento. Cada sociedade, considerada em momento determinado de seu desenvolvimento na história social humana, possui um sistema de educação que impõe aos indivíduos, forçosamente, de modo geralmente irresistível. É por isso que, segundo Durkheim, é mera ilusão pensar que podemos educar nossos filhos como queremos, uma vez que há costumes em relação aos quais somos “obrigados” a nos conformar, se os desrespeitamos muito gravemente, eles são passíveis de punição e podem comprometer a nossa permanência no conjunto social.
Para Durkheim, é fato que há um tipo regulador de educação para cada momento histórico particular. Os costumes e as ideias que regem a sociedade determinam qual o tipo de educação adotar. A adesão a um modelo específico expressa e revela as reais necessidades da sociedade como um todo.
Como um verdadeiro cientista, Durkheim trata a educação como um “fato social” legítimo. Sua definição está pautada em critérios objetivos precisos, já que dispõe de um método de análise, o positivo, que segue o mesmo rigor e etapas de uma investigação científica habitual. Nesse sentido, ele