Sociedade Organizadas em Castas
A sociedade indiana começou a se organizar em castas e subcastas há mais de 3 mil anos, adotando uma hierarquização baseada em região, etnia, cor, hereditariedade e ocupação. Esses elementos definem a organização do poder político e a distribuição da riqueza gerada pela sociedade. Apesar de na Índia haver hoje uma estrutura de classes, o sistema de castas permanece mesclado a ela, o que representa uma dificuldade a mais para entender a questão. O sistema sobrevive por força da tradição, pois legalmente foi abolido em 1950.
Pode-se afirmar, em termos genéricos, que existem quatro grandes castas na Índia: a dos brâmanes (casta sacerdotal, superior a todas as outras), a dos xátrias (casta intermediária, formada pelos guerreiros, que se encarregam do governo e da administração pública), a dos vaixás (casta dos comerciantes, artesãos e camponeses) e a dos sudras (casta dos inferiores, na qual se situam aqueles que fazem trabalhos manuais considerados servis). Os párias são os que não pertencem a nenhuma casta, e vivem, portanto, fora das regras existentes.
O sistema de castas caracteriza-se por relações muito estanques, isto é, quem nasce numa casta não tem como sair dela e passar outra. Não há, portanto, mobilidade social nesse sistema. Os elementos mais visíveis da imobilidade social são a hereditariedade, a endogamia (casamento só entre membros da mesma casta) e etc.
Mas nenhum sistema é totalmente rígido, nem o de castas. Embora seja proibido, as castas inferiores adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, e isso cria certa homogeneidade de costumes entre castas. A rigidez das regras também é relativizada por casamentos entre membros de castas diferentes (menos com os brâmanes), o que não é comum, mas acontece.
A urbanização e a industrialização crescentes, e a introdução dos patrões comportamentais do Ocidente têm levado elementos de diferentes castas a se relacionarem. Isso vai contra a persistência dos padrões mais