Sociedade cultural
Desde o início da história da humanidade, as populações utilizavam plantas nativas, animais e minerais, que eram transformados em ferramentas, vestuário e outros produtos. A produção, por mais primitiva que fosse, era sempre constituída por um sistema aberto com fluxo linear de materiais (Fig. 1.1).
Fig. 1.1. Sistema linear de produção
Por séculos utilizou-se minerais e metais para a fabricação de ferramentas, moedas e armas. Na era pré-industrial, a antroposfera poderia ser considerada integrada com os demais elementos do sistema natural, e a humanidade considerada parte do ecossistema natural e, portanto, sustentável.
Os sistemas produtivos são uma organização particular de fluxos de matéria, energia e informação. Sua evolução deveria ser compatível com o funcionamento dos ecossistemas; mas se não for, certamente os sistemas humanos estarão adotando padrões de destruição. São inúmeras as evidências do atual padrão destrutivo do sistema produtivo e, lamentavelmente, muitas delas irreversíveis, como as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.
Todos os estudos identificam claramente a atividade humana como principal causa da crise do sistema terrestre (ver Figuras 1.3 e 1.4). O século XX viu o crescimento exponencial das populações humanas, tornado possível pela exploração em escala industrial dos recursos naturais e dos serviços ambientais. A economia industrial globalizada está empenhada em continuar o com o crescimento da produção e do consumo, demandando cada vez mais energia e recursos.
As conclusões de grandes estudos científicos publicados nos últimos anos pelo IPCC (Intergovernamental Panel on Cimate Change), IGBP (Global Change and the Earth System: A Planet under Pressure), a FAO (Food and Agriculture Organization) e a UNEP (United Nations Environment Programme) apontam para um conjunto de conclusões comuns. A Terra está em crise. O clima está mudando rapidamente e inexoravelmente. Os oceanos estão