Sobre a decadência

6014 palavras 25 páginas
Ibn Khaldun representa o último ramo de uma florescente civilização. Segundo G. Bouthoul, Ibn Khaldun testemunhou três ordens de acontecimentos: a agonia do Islã em al-Andalus, o lento declínio dos reinos da África do Norte e a queda de uma parte do império mameluco na Síria. Ele tinha a plena consciência de “viver numa época de decadência”1. O fenômeno de decomposição e decadência dos impérios é para ele um dos temas fundamentais de seus estudos.
Suas fontes para esta reflexão são de diversas origens e por vezes conflitantes, o que lhe vale a acusação por teóricos contemporâneos de construir uma teoria da decadência sem a devida sistematização das idéias e a falta de nexo entre os detalhes. O fato é que Ibn Khaldun ao estabelecer como pontos fundamentais a história e o Estado, deu-se conta da importância desse conceito para o entendimento da sociedade.
Quando se fala do avanço dos reinos cristãos do norte da península Ibérica em direção ao sul muçulmano, ou, mais especificamente de sua decadência, todos nós nos damos conta de que o autor, seja usando uma palavra ou outra, deseja designar o mesmo fenômeno. Trata-se portanto de um fenômeno que inquieta os homens desde a Antigüidade. Integrando-a por vezes em sua visão de mundo com resignação, outras com angústia, outras até com jubilação. O que de fato sabemos é que se trata de um tema crucial da existência humana.
Sua atenção se dá especialmente sobre o fenômeno de decadência, em que procura princípios que poderíamos chamar hoje de concepção organicista. A decadência é um processo normal e natural. Nosso autor crê num esquema orgânico da evolução dos impérios: “os impérios assim como os indivíduos têm uma existência que lhes é própria. Crescem atingem a maturidade e depois começam a declinar... A decadência dos impérios, sendo uma coisa natural, acontece de uma maneira idêntica a qualquer outro acidente, como, por exemplo a decrepitude que afeta a constituição dos seres vivos”. Vê na agricultura o fundamento

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