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O objetivo do livro é apresentar para o leitor brasileiro as mudanças substanciais na/da LA desde o final da década de 80, ao longo dos anos 90 e no decorrer dos primeiros anos deste novo século. A LA estava voltada principalmente nas décadas de 60 e 70 para o ensino-aprendizagem de línguas e atrelada à língua inglesa e aos interesses políticos e econômicos dos países onde o inglês é falado. Para os autores do volume, a LA se encontra numa "nova era" e busca "novos modos de teorizar a fazer LA" (Moita Lopes, p. 14). Assim, as pesquisas no campo tomam novos rumos e os demais colaboradores aceitam que o campo tem vários fulcros, o que desataca os problemas do mundo real.
Rajagopalan retoma a ideia de Pennycook e vai ao encontro de Martim quando diz que a que a LA vai “ressuscitar” a linguística como disciplina, correspondente ao fato de a linguística mainstream não ter como objetivo um papel “mais socialmente responsável”. É lógico que Pennycook, Rajagopalan e Martin estejam se referindo à linguística gerativa e não à linguística sistêmico-funcional, a linguística de corpus.
É interessante essa manifestação de crítica à linguística teórica hoje, visto que a mesma insatisfação está registrada na literatura especializada de LA desde o começo da década de 90 do século passado e possivelmente antes daquela data.
Seria de suma importância se houvesse centros de estudos e pesquisas avançados nas universidades e não “torres de marfim” como considera Rajagopalan (p. 158), que agem como espaços para uma reflexão livre das pressões de cobrança do mercado capitalista e de governos autoritários que querem motivar o teor das pesquisas a serem realizadas. A linguística de corpus faz parte dos “bons ventos” da LA, segundo Rajagopalan (p. 160 e 161) e a esta disciplina exemplifica uma linguística com resultados, apresentando fatos empíricos sobre a linguagem com base na análise de dados