Silencio De Aprendiz

SILENCIO

SILENCIO | JoaquimMatias Gaspar

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Silêncio
Venerável Mestre,
Meus Irmãos em vossos Graus e Qualidades,

A experiencia e sabedoria do V:.M:. desta respeitável Loja de S. João, ficou bem demonstrada na forma como sugeriu, em loja, aos aprendizes, o tema sobre qual deveriam trabalhar a pedra bruta existente neles. Sem sugerir em concreto um tema fez com que nós aprendizes, tivéssemos que olhar de forma abrangente para todo o percurso do Aprendiz Maçon.
Aquando da minha iniciação maçónica foi-me entregue virtualmente uma caixa de ferramentas, um cadeado e uma chave. A caixa servirá para ir colocando as ferramentas que me serão confiados neste caminho do combate ao vício e a prática da virtude. O cadeado servirá para guardar e proteger estas ferramentas do uso inapropriado de um qualquer curioso ou inexperiente. Este será tão mais forte quanto maior for o meu caracter. A chave será guardada no meu intimo com a jura de que prefiro ter a garganta cortada do que revelar o que me confiado.
As ferramentas de Aprendiz que estão na caixa, são o Malhete e o Cinzel. Com a continuidade deste percurso, muitas mais irei guardar. Existe uma infindável variedade de ferramentas a disposição do
Maçon. No entanto, é necessário saber trabalhar com elas e usa-las no momento certo.
Nesta panóplia de ferramentas, existe uma que já uso, mas que ainda não consigo guardar na minha caixa.
Refiro-me ao SILENCIO.
O Silencio é um privilégio que é atribuído aos aprendizes maçons no momento da iniciação. Naquele momento, parece uma praxe ou forma de penalização por se ser um iniciado. Com o decorrer dos trabalhos confirmamos que não é mais que uma preparação para o bom e devido uso da palavra.
Este Silêncio não é Sigilo!
Este Silêncio, não nos deixa ficar calados! Provoca o permanente diálogo connosco mesmo. Tem o efeito de reflexão sobre o porque das coisas. Faz-nos procurar respostas para as nossas dúvidas.
Este silêncio faz com que cresçamos interiormente, que desenvolvamos sentidos