sheysanye

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O movimento neonazista surgiu no Brasil no início da década de 1980, em meio à efervescência local do movimento punk.1 As duas subculturas, por sua vez, tem suas origens locais dentro do mesmo contexto sócio-econômico, marcado pelo esgotamento do "milagre econômico" do regime militar, gerando perspectivas sombrias de futuro para a juventude de então.2 Tal contexto facilitou a assimilação por grupos de jovens brasileiros da influência do movimento neonazista internacional, enquadrando-se também em uma tendência global de expansão do movimento, até então relativamente restrito ao seu berço, o Reino Unido, mas fortalecido pelo sucesso político da ultraconservadora e racista Frente Nacional britânica.3
Existem hoje mais de uma dezena de grupos neonazistas operando no Brasil, congregando um total estimado entre dois e três mil ativistas organizados e um grande número de simpatizantes. Encontram-se espalhados sobretudo por São Paulo (com grande concentração na capital paulista e na região do ABC), Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal e Espirito Santo. Há indícios de que os grupos estejam começando a se organizar também em algumas capitais da Região Nordeste. São tradicionalmente divididos em duas vertentes: uma mais "intelectualizada" e elitizada, dedicada ao ativismo político e à produção cultural do movimento, congregando profissionais liberais, militares, empresários e universitários (que alega ser herdeira direta dos integralistas da década de 1930); e uma outra mais agressiva, agindo de forma clandestina, composta pelos "carecas" (denominação local dos skinheads), gangues de jovens de origem proletária ou de classe média baixa que frequentemente praticam ataques a minorias, quer por motivos ideológicos, quer pela simples atração pela violência.4 5
Embora mantenham estreitas relações entre si, chegando a congregar indivíduos com dupla militância, os grupos neonazistas brasileiros caracterizam-se frequentemente pela ausência de

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