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1 TEMA

Desigualdade e Vulnerabilidade Social na comunidade “Bico do Urubu” no bairro Lameirão no município de Guarapari (ES).

2 APRESENTAÇÃO

Muitas vezes caminhando pelas ruas, bairros e cidades percebemos no cotidiano cenas de pessoas mendigando, dormindo nas calçadas, pedindo esmolas, moradias de papelão, flanelinhas nas ruas, malabaristas se exibindo nos semáforos, crianças vendendo balinhas e não estranhamos esta realidade, achando-as naturais.

Como explicar tal grau de conformismo diante de tanta injustiça? Como aceitar como "natural" tal situação? É importante fazer as mesmas indagações que Castel (1998): quem são eles? De onde Vêm? Como chegaram ao ponto que estão? O que vão se tornar? O autor indaga o futuro imprevisível dessas pessoas, que poderiam ser chamadas de "sobrantes", "desfiliadas" pessoas que não têm lugar na sociedade (CASTEL, 2004) e muitas vezes são invisibilizadas e não consideradas como sujeitos de direitos. É preciso nos perguntar porque há tanta desigualdade.

É importante ressaltar que a desigualdade nunca deixou de comparecer com alguma ênfase na história da humanidade, em quaisquer tempo e sociedade. Para simplificar o argumento em termos empíricos, a desigualdade é inerente aos humanos (BOBBIO, 1992). Entretanto, não significa uma condição permanente. Acreditamos, numa perspectiva marxista, a superação da realidade a partir da transformação das condições concretas da realidade.

Neste sentido o foco do nosso trabalho é direcionado para a desigualdade social e a vulnerabilidade, de uma comunidade dentro do bairro Lameirão, no município de Guarapari, no Estado do Espírito Santo. Tendo-o como amostra da realidade que aflige todo o território brasileiro e sua influência na liberdade de escolha do indivíduo. Uma vez que a desigualdade social está ligada a uma situação de progressiva desumanização capitalista das relações sociais, que dividem a sociedade em grupos econômicos distintos e, ainda mais, estabelece uma relação