Sexo e a esquizofrenia

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A proposta deste artigo é dar uma visão global e sucinta do papel do gênero em vários aspectos do transtorno esquizofrênico, e justificar por que esse tema tornou-se freqüente na literatura psiquiátrica nessa última década.

Epidemiologia e aspectos clínicos das diferenças entre os sexos

O ponto de origem dessa discussão foi a observação de que os homens têm uma idade de início da doença mais precoce que as mulheres. Essa observação pode ser considerada um dos achados mais consistentes de pesquisa em esquizofrenia, e independe do critério utilizado para início da doença.1 Em geral, os homens têm um início em torno dos 18-25 anos e as mulheres em torno dos 25-35 anos. Essa diferença vai depender do critério diagnóstico utilizado para esquizofrenia. No início da adolescência, a razão homem/mulher é 2:1. Após os 50 anos, essa proporção se inverte e aproximadamente 3% a 10% das mulheres iniciam a doença após os 45 anos.2

Em relação à história natural da doença, estudos de seguimento mostram que o sexo é um importante fator preditivo no curso e na evolução da esquizofrenia. Independentemente da medida de desfecho clínico – tempo de permanência no hospital, número de recaídas, remissão de sintomas, adaptação social e número de suicídios –, as mulheres mostram um melhor desempenho que os homens.3

A pior evolução no sexo masculino pode estar relacionada à maior freqüência de fatores associados ao pior prognóstico na esquizofrenia – personalidade pré-mórbida mais comprometida, probabilidade maior de permanecer solteiro, idade de início mais precoce, sintomas negativos, pior resposta ao tratamento e alterações cerebrais estruturais.3

Hipóteses etiológicas

Existem várias teorias para justificar os achados epidemiológicos, mas a mais documentada é a de que o estrógeno atua como um fator protetor nas mulheres.

Desde o início dos anos 80, Seeman4-6 desenvolve uma teoria de que as diferenças entre os sexos na esquizofrenia estariam associadas a dois

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