Setor P.

3) O fenômeno da corrupção, um de cujos indicadores é o famoso 10% nos processos licitatórios, popularmente conhecido como “o leitinho das crianças”, é um problema sério na administração pública, e de certa forma está associado a um problema de agência. Pergunta-se: qual é a leitura ou a interpretação que podemos fazer da corrupção do ponto de vista da teoria econômica? Explique e fundamente. (Dica 1: Em sala de aula fizemos uma apresentação caricata desta, denominando-a de visão cínica; veja suas notas de aula. Complementarmente, além de suas notas de aula, pode ler o artigo sobre este assunto de Marcos da Fonseca, em Biderman e Arvate, cap. 6 ou 7.) (Dica 2: lembre de suas leituras de fundamentos de economia, nas quais deve ter lido sobre o papel do incentivo e da lógica do raciocínio na margem como fatores determinantes nas decisões dos indivíduos, segundo Mankiw.)

Ao estudarmos a teoria da firma vimos que, quando identificado o problema de agência (seus fatores determinantes, assimetrias de informação, e suas consequências, moral hazard), os proprietários podem tomar algumas atitudes e/ou adotar alguns mecanismos que garantam a adesão dos administradores aos objetivos dos proprietários (ou dos principais acionistas). Entre estes se encontram a remuneração variável (bônus por metas) e auditorias externas, entre outros bastante conhecidos; adicionalmente os custos decorrentes da introdução destes mecanismos são denominados de custos de agência.

A corrupção não é apenas um tipo de crime: ela é uma atividade econômica que surge em alguns ambientes institucionais. A Economia tem colaborado para a análise das causas e consequências da corrupção, principalmente no tocante à produção de bens públicos. Existem três visões básicas quanto a corrupção e o desempenho econômico: A teoria dos caçadores de renda, a teoria econômica da propina e a relação entre eficiência, crescimento, desenvolvimento e corrupção. Estas teorias são complementares e juntas formam um