Seth Dardanos

3221 palavras 13 páginas
Com a visão embaçada, ele levantava. As costelas doíam e a dor na perna direita não o deixava levantar, parecia estar cortada. Sentiu algo molhado em suas costas. Abriu um pouco mais os olhos, até o ponto em que pôde se localizar. Estava na margem de um pequeno lago congelado. Sua camisa estava suja e rasgada, e os bolsos da calça estavam vazios. Com os pés descalços, foi se levantando com muito esforço. Em pé, pode perceber uma fonte de luz bem longe dali, algo parecendo uma pequena vila, um sinal de vida. Foi atravessando com cuidado entre os pinheiros, com atenção redobrada para não se machucar mais ainda. Passou por uma pequena trilha e encontrou uma autoestrada. A placa indicava que ele estava a 410 km de Hamburgo. Agora sabia que estava na Europa. Ao menos isso, para quem antes não sabia nem como havia se machucado. Foi ao sentido contrário da placa, sem rumo, a fim de descobrir se andando por aquele caminho chegaria à civilização que vira há pouco. Carros em alta velocidade passavam por ele, alguns piscavam os faróis como se quisessem dizer alguma coisa. Depois de longos e cansativos vinte minutos de caminhada, os pés descalços puderam enfim pensar em ter algum descanso, pois haviam chegado até as luzes. Era a saída da cidade, e o local estava vazio. Viu um bar um pouco à frente, com poucas pessoas. Foi em direção ao bar e os clientes o fitaram, olhando os pés descalços e a camisa rasgada. Com medo, evitaram olha-lo direto nos olhos. No balcão, um senhor aparentando não mais de 60 anos observou o estranho ser que ali chegava. Não esboçou reação alguma. -W czym mogę pomóc? – perguntou o balconista. -Desculpe, não consigo lhe entender. – respondeu, no inglês, língua nativa. O garçom olhou cansado para os olhos do homem, mas sua boa vontade falou mais alto: -Em que posso lhe servir, senhor ?- disse, num inglês arrastado, com um sotaque que não parecia polonês. -Sim, por favor. Poderia me informar a hora, o dia, o mês, o ano, a cidade e o

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