sete sermoes aos mortos - carl gustav jung

4656 palavras 19 páginas
Sete sermões aos mortos – Jung

O PRIMEIRO SERMÃO
Os mortos retornaram de Jerusalém, onde não encontraram o que buscavam. Eles pediram para ser admitidos à minha presença e exigiram ser por mim instruídos. Assim eu os instruí:
Ouvi: eu começo com nada. Nada é o mesmo que plenitude. No estado de infinito, plenitude é o mesmo que vazio. O Nada é ao mesmo tempo vazio e pleno. Pode-se também afirmar alguma outra coisa a respeito do Nada, ou seja, que é branco ou negro, existente ou inexistente. Aquilo que é infinito e eterno não possui qualidades porque contém todas as qualidades.
O Nada ou plenitude é por nós chamado de o PLEROMA. Nele, pensamento e existência cessam, porque o eterno é desprovido de qualidades. Nele, não existe ninguém, porque se existisse alguém, este então se diferenciaria do Pleroma e possuiria qualidades que o distinguiriam do Pleroma.
No Pleroma não existe nada e existe tudo: não é bom pensar sobre o Pleroma, pois fazê-lo significaria dissolução.
O MUNDO CRIADO não está no Pleroma, mas em si mesmo. O Pleroma é o princípio e o fim do mundo criado. O Pleroma penetra o mundo criado como a luz solar penetra toda a atmosfera. Embora o Pleroma penetre-o por completo, o mundo criado não participa dele, da mesma forma que um corpo sumamente transparente não se torna escuro ou colorido como resultado da passagem da luz por ele. Nós mesmos, no entanto, somos o Pleroma e assim sendo, o Pleroma está presente em nós.
Mesmo no ponto mais minúsculo, o Pleroma está presente sem limite algum, eterna e completamente, porque pequeno e grande são qualidades estranhas ao Pleroma. Ele é o nada onipresente, completo e infinito. Eis porque vos falo do mundo criado como uma porção do Pleroma, mas unicamente em sentido alegórico; pois o Pleroma não se divide em partes, por ser o nada.
Somos também o Pleroma como um todo.
Visto que num aspecto figurativo o Pleroma é um ponto excessivamente pequeno, hipotético, quase inexistente em nós, sendo igualmente o

Relacionados

  • Carl gustav jung
    5554 palavras | 23 páginas
  • Car gustav jung
    5492 palavras | 22 páginas
  • Carl Rogers e Charcot
    16095 palavras | 65 páginas
  • Administrar conflitos
    15318 palavras | 62 páginas
  • Estudo sobre Carl Gustav Jung
    23708 palavras | 95 páginas
  • Silvio Lopes Peres
    70112 palavras | 281 páginas
  • Jung e a mediunidade
    52347 palavras | 210 páginas
  • Enfermagem
    6876 palavras | 28 páginas
  • Biografia resumida de carl gustav jung
    13257 palavras | 54 páginas
  • TCC - Psicologia e Religião
    12947 palavras | 52 páginas