Serviço social
Departamento de Serviço Social
2º/2012
Roteiro para elaboração do Pré-projeto de Intervenção
Contextualização Institucional
A ausência de cuidados que atinge de forma histórica e contínua aqueles que sofrem de transtornos mentais, aponta para a necessidade da reversão de modelos assistenciais, de modo a contemplar as reais necessidades da população, o que implica a disposição para atender igualmente ao direito de cada cidadão. Tal lógica também deve ser contemplada no planejamento de ações voltadas para a atenção integral às pessoas que consomem álcool e outras drogas. A constatação de que tal uso tomou proporção de grave problema de saúde pública no País encontra ressonância nos diversos segmentos da sociedade, pela relação comprovada entre o consumo e agravos sociais que dele decorrem ou que o reforçam. O enfrentamento desta problemática constitui uma demanda mundial: de acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente substâncias psicoativas, independentemente de idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo. Salvo variações sem repercussão epidemiológica significativa, esta realidade encontra equivalência em território brasileiro. Produziu-se historicamente uma importante lacuna na política pública de saúde, deixando-se a questão das drogas para as instituições da justiça, segurança pública, pedagogia, benemerência e associações religiosas. A complexidade do problema contribuiu para a relativa ausência do Estado, e possibilitou a disseminação em todo o país de alternativas de atenção de caráter total, fechado, baseado em uma prática predominantemente medicamentosa, disciplinar ou, ainda, de cunho religioso, tendo como objetivo quase exclusivo a ser alcançada a abstinência. Frequentemente, tais modelos de cuidado acabavam por reforçar o isolamento social e o estigma associado ao uso de álcool e outras drogas.